sexta-feira, 30 de junho de 2023

Outra noite

 Outra noite sem visita.

Mente viaja sem lógica,

Em si mesma perdida.

Folhas ao vento  está.

Outra noite sem visita.

O sono perdido no labirinto,

Em paredes de arbustos,

Fantasmas encrustado...

Outra noite sem visita.

Incógnita da mente ligada

Lâmpadas nos arbustos...

Fraca, singela, apenas, em

Outra noite sem visita.

Desistente em adentrar, e

Atravessar com sua lamparina

Enfrentando seu  pior medo!

Outra noite sem visita.

Sem visita do humano

Sem presença duma vida

Seu medo de seu fantasma, em

Outra noite sem visita

Que fantasma que duela

Uma vida frígida e outra ardente,

Um duelo de dois guerreiros, e

Outra noite sem visita.

Em retalhos cosida,

Pedaços de história,

Manta de fragmentos.

Outra noite sem visita.

Soprando vazia,

Dores de retalhos,

Histórias inacabadas,

Sem somestesia, em

Outra noite sem visita.

Devaneios no labirinto,

Perdido em seus becos,

O sono esqueceu-se... e

Outra noite sem visita.

domingo, 15 de novembro de 2020

Protesto do sufrágio

 Sufrágio universal, ou...

Suplício nacional.

...

Alguns pelo poder,

Outros pela mamata.

...

Incoerência constitucional!

Direito de ser obrigado.

...

Cães de rinha num circo,

Disputando resto de carcaça.

...

Assistidos em aposta mas,

Estranhamente as vejo.

...

Não são pelo cão que vence,

Mas por quais agradecerão.

...

In-sa-ni-da-de!

Quais agradecerão a rinha?!

...

A aposta não pelo vencedor...

A carcaça não cessa! 

...

Em tempos em tempos novas!

Novos restos de banquetes!

...

Lançada aos loucos cães,

Espere! Não pode ser!

...

Os cães abatidos estão lá!

O canibalismo está no circo!

...

Cães escravos raivosos,

São apostas do circo.

...

Cães não recebem louros,

São apenas objetos de aposta.

...

Cães de rinha... Escravos.

Sufrágio de escolher o dono.


Wendel Jacinto

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Desevolução humana

 Queria ouvir os pássaros e...

Lembrar o quê é liberdade,

Vendo-os livres e aproveitando

Cada gota do néctar do hoje.


E, assim, encontrar forças...

Observar as nossas ruas, 

E, lamentavelmente decifrar:

O sapiens é zumbi ou robô?!


Sapiens imagina que escolhe,

Mas é apenas uma marionete,

Moldura do robô zumbi,

O sapiens não sabe ser livre.


Sapiens observa os pássaros.

Liberdade diária n'um sentido!

N'uma apaixonada  vida;

Mesmo curta e intemperística.


Sapiens é apenas um escravo; 

A nova desevolução humana!

Descobriu ser na desevolução:

Homo zombie machina.


Wendel Jacinto

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Poema dia do trabalho Heróis da COVID-19



Obrigado aos nossos heróis! Esse dia internacional do trabalho honra os seus esforços e sacrifícios.
Obrigado a Enfermagem pelo carinho e dedicação.

Poeta e Escritor
Wendel Jacinto
apoie.se/poemaswendel

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Páscoa

Jerusalém, Jerusalém
Matas os seus profetas.

Escutas, mas não ouves
Olhas, mas nada  vês.

Lês, mas nada compreendes.
Usa-se de suas paixões.

Imersa as suas paixões,
Ultrajadas escrituras

Jerusalém, Jerusalém
Escraviza em liturgias.

Açoita em cerimônias,
Cerimônias de jazigos.

Jazigo de cultos mortos,
Mas sepulcros caiados.

Israel, estás imerso
Em dias de  Ezequias.

Ovelhas cegas e surdas
Não ouviram seu pastor.

Mas, o bom pastor veio
Em meio aos campos.

Ajuntar as suas ovelhas,
Levá-las ao aprisco.

Mas, muitas são bodes.
Selvagens e insolentes.

Não ouvem o pastor
Vivem dissolutamente.

Caminham na penha,
Serpentes a espreita.

Lobos em ovelhas
Ludibriando almas.

Ovelhas em seu ego,
Deixaram o aprisco.

Lobos as caçaram,
Serpentes as feriram.

Mas a maioria foi levada
Enganada num outro.

Outro aprisco aparente,
Pareciam desejos livres.

Mas estavam roubadas
Presas num falso oásis.

Teatro de um covil
Lugar de morte vil.

O bom pastor conhece,
Sabe de cada ovelha.

Junto ao pai o projeto,
Resgate das ovelhas.

O pastor fez-se ovelha,
Pagou a liberdade.

Diferente do salteador,
Convidou o rebanho.

"Eu sou o bom pastor,
as minhas ovelhas me ouvem"

"Eu sou a porta estreita,
Quem atravessa está livre"

Todo o preço pago,
Mas não as requisitou.

Diferente do salteador,
Deixou a escolha a elas.

Querê-lo, retorno ao aprisco.
Recusa-lo, ser destruído.

A cruz não é terror.
A páscoa não é dor.

A cruz é liberdade.
A páscoa é festa.

A páscoa é saída,
Mas também entrada

Saída das garras do salteador,
Para retorno ao aprisco.

Retornar ao aprisco...
Retorno para seu lar.

Louvado seja o pastor,
Que deu a vida pelas ovelhas.

Louvado o pastor,
Que ressuscitou e venceu.

Esmagou a serpente,
Encarcerou ou lobos.

Prendeu os salteadores,
E julgou a todos.

Páscoa é receber vida,
Páscoa é retorno ao lar